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terça-feira, 22 de março de 2011

Conteúdos previstos para a Prova.

- Primeira Guerra Mundial;
- Segunda Guerra Mundial;
                           Bomba de Hiroshima e Nagasaki.
- Desastre nuclear no Japão;

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Revolução Russa



"Por que estudar a Revolução Russa? O que tenho que ver com isso?" Perguntas como essas são comuns na sala de aula. Talvez você mesmo já as tenha feito.
A verdade é que a Revolução Russa permanece atual por causa dos grandes debates que ainda gera. Estudando-a, você vai entender melhor muito do que aconteceu no século 20. Vai também entender algumas questões fundamentais da política contemporânea que se articulam a partir do debate entre direita e esquerda.
A Rússia é um país muito grande - o maior do mundo. É cerca de duas vezes maior que Brasil e ocupa grande parte de dois continentes -a Europa e a Ásia. Além disso, é rica em recursos naturais, sendo auto-suficiente em petróleo, por exemplo. Nos tempos do Império Russo, ela era ainda maior, incluindo outras áreas muito importantes, como a Ucrânia e os territórios muçulmanos da Ásia central.

Feudalismo e industrialização
Apesar disso, em fins do século 19 e inícios do século 20, a maioria da população russa era muito pobre e vivia no campo, em condições semelhantes às do feudalismo. O regime de servidão, que proibia os camponeses de deixarem as terras dos proprietários para os quais trabalhavam, foi abolido formalmente em 1863, mas, na prática, continuou a existir durante um bom tempo (o dono das terras podia escolher entre emancipar o servo na hora ou obrigá-lo a trabalhar para ele mais oito anos.)
Na mesma época, o país conheceu uma fase de modernização: graças a capitais estrangeiros, surgiu grande número de indústrias. Entretanto, os operários eram muito explorados: trabalhavam cerca de 12 horas por dia e ganhavam salários baixíssimos. Assim, havia muita pobreza tanto nas cidades quanto no campo.
Antes da Revolução, a Rússia era uma monarquia. O imperador era chamado de czar (lê-se "quizar", palavra que vem de "césar", o título dos imperadores naRoma antiga). O czar era considerado dono de toda a Rússia, e todos os seus súditos deviam servi-lo. Não bastasse isso, havia um argumento religioso para justificar a autoridade do czar, e o poder deste era considerado sagrado. Como não existia separação entre Igreja e Estado, os sacerdotes da Igreja Ortodoxa (a religião oficial) eram pagos com o dinheiro dos impostos. Ou seja, dinheiro que em grande parte vinha do trabalho dos camponeses e operários.
domingo sangrento 1905

"Domingo Sangrento"
Como se vê, o czar tinha mais em comum com os antigos reis absolutistas (como Luís 14) do que com os soberanos das monarquias parlamentares (como a que existe hoje na Inglaterra). Apesar disso, ele era muito popular. O povo, mesmo quando se rebelava, punha a culpa dos problemas do país nos nobres, nos ministros, nos funcionários públicos, nos latifundiários ou (com muita freqüência, sendo nisso apoiados pela propaganda oficial) até nos judeus. A figura do czar era sempre poupada, pois se achava que ele era bondoso e que seus assessores não o deixavam saber da verdadeira situação.
Mas isso mudaria num domingo, 9 de janeiro de 1905. A Rússia havia sido vencida pelo Japão numa guerra que teve início quase um ano antes. Essa derrota agravou ainda mais os problemas enfrentados pela população, causando uma onda de greves. Naquele dia, manifestantes se reuniram em procissão até o Palácio Imperial, em São Petersburgo. O objetivo era conseguir uma audiência com o czar para pedir aumento de salário e diminuição da jornada de trabalho. A multidão, que carregava imagens religiosas e cantava "Deus Salve o Czar", foi recebida a bala pela Guarda Imperial. Muitos morreram ou ficaram feridos. A partir de então, o 9 de janeiro seria lembrado como "Domingo Sangrento", e a popularidade do czar entraria em declínio.

A Primeira Guerra Mundial e a oposição
Muitos historiadores apontam a Primeira Guerra Mundial (que teve início em 1º de agosto de 1914) como a causa imediata da Revolução Russa. A Rússia entrou na guerra contra a Alemanha porque era aliada da França. Foi um desastre: faltava comida e munição, o que contribuiu para que o Exército tivesse milhões de mortos e feridos. Em apenas doze meses, o país trocou várias vezes de ministério: foram quatro primeiros-ministros, três ministros da Guerra, três ministros das Relações Exteriores.
Com a crise, dois grupos passaram a planejar mais ativamente a derrubada da monarquia: 1) os liberais, que queriam fazer da Rússia uma república com democracia representativa (os próprios cidadãos elegeriam seus representantes) e vencer a guerra contra a Alemanha; e 2) o Partido Marxista Russo dos Trabalhadores Socialdemocratas, que queria tirar o país da guerra e, influenciados pelas idéias do pensador alemão Karl Marx, transformar a economia e a sociedade russas como primeiro passo rumo à revolução do proletariado mundial (a classe trabalhadora do mundo inteiro se uniria contra os patrões e tomaria o poder).

Mencheviques e bolcheviques
Os socialdemocratas se dividiam, por sua vez, em duas alas: os mencheviques e os bolcheviques. Os mencheviques receberam esse nome (que vem da palavra russa para "minoria") porque tinham sido a ala minoritária no 2º Congresso do Partido, em 1903. Já os bolcheviques, que eram muito mais radicais, receberam esse nome (que vem de "maioria") porque foram a ala majoritária naquele congresso. Apesar disso, os mencheviques seriam amaioria durante quase todo o período revolucionário.
Agora, veremos que a Revolução Russa foram duas revoluções diferentes: a "de Fevereiro", liderada pelos liberais, e a "de Outubro", liderada pelos bolcheviques (os nomes desses dois acontecimentos seguem o calendário juliano, usado na Rússia, que em 1917 estava 13 dias atrasado em relação ao nosso).


Em 22 de fevereiro de 1917 (ou, no nosso calendário, 8 de março), greves e motins estouraram em Petrogrado (a antiga São Petersburgo, que tinha sido rebatizada logo no início da guerra, porque o nome "Petersburgo" soava alemão demais).
Dois dias depois, os soldados da Guarda Imperial juntaram-se aos revoltosos. A Duma (o Parlamento russo) formou então o primeiro governo provisório, presidido pelo príncipe Lvov, que garantiu a abdicação do czar Nicolau 2º> em 27 de fevereiro (15 de março no nosso calendário). Nicolau abdicou em favor do irmão, o grão-duque Miguel, e este, de sua parte, abdicaria no dia seguinte.

Sovietes
Enquanto isso, os bolcheviques reviviam os sovietes (conselhos populares que haviam surgido em 1905 e eram formados de camponeses e operários). Os soldados foram incitados a participar, o que colocou o Exército sob o controle dos sovietes, e não do governo provisório. Os sovietes passaram a opor-se a cada medida do governo provisório, especialmente depois que Lênin, o líder bolchevique, voltou do exílio e prometeu ao povo "Pão, Paz e Terra".
A primeira tentativa bolchevique de tomar o poder veio a fracassar (o que obrigou Lênin a esconder-se), mas o governo provisório se enfraqueceu ainda mais, pela insistência em manter a Rússia na guerra e pelos desentendimentos entre o novo primeiro-ministro, Kerenski, e o comandante-chefe do Exército, Larv G. Kornilov.

Outubro vermelho
Lênin liderou outra revolta contra o governo provisório, e os bolcheviques tomaram o Palácio de Inverno, assumindo o poder em 25 de outubro (7 de novembro no nosso calendário). Por isso, pode-se muito bem afirmar que a Revolução de Outubro foi, na verdade, um golpe de Estado. Os bolcheviques transferiram o controle das fábricas para os operários, proibiram o comércio particular e confiscaram as terras da Igreja e de todos que consideravam "contra-revolucionários".
No dia 5 de dezembro (a partir de agora, usaremos apenas o nosso calendário), estabeleceu-se o cessar-fogo entre o Exércitos russo e o alemão. Em 3 de março de 1918, os bolcheviques assinaram Tratado de Brest-Litovsk, um acordo de paz em separado com a Alemanha (ou seja, a Rússia abandonava seus antigos aliados e saía da guerra antes do final do conflito). Em 10 de março, a capital se transferiu de Petrogrado para Moscou. Em julho, aprovou-se a nova Constituição.
Também em julho, Nicolau 2º, a esposa, os cinco filhos (quatro meninas e um menino), três empregados e o médico da família foram executados pela Tcheka, a polícia secreta bolchevique. O objetivo era afastar qualquer possibilidade de volta da monarquia, o que implicava eliminar também os herdeiros da família real. (Os comunicados oficiais informaram a execução do czar, mas ocultaram a da família, afirmando que a czarina e os filhos "estavam em local seguro".)

Guerra Civil
No começo, a Revolução de Outubro foi recebida com apatia, mas as forças militares contra-revolucionárias começaram a articular-se em dezembro de 1917. Assim, iniciou-se uma guerra entre o "Exército Branco" (contra-revolucionário) e o "Exército Vermelho" (organizado por Trotsky, um dos principais líderes bolcheviques), assim chamado por causa das bandeiras vermelhas que, desde o século 19, simbolizavam o comunismo (algumas dessas bandeiras também traziam estampada a imagem de uma foice e um martelo, representando a união entre os trabalhadores do campo e das fábricas).
A guerra civil se entendeu por quase três anos. O Exército Branco recebeu apoio de potências estrangeiras (Inglaterra, EUA, Japão...) que temiam que a revolução se espalhasse pelo resto do mundo, mas acabou sendo derrotado pelo Exército Vermelho.
No final de 1921, Lênin foi afastado do poder, após um derrame que o deixou semiparalisado. (Ele morreria em 1924, e Petrogrado passaria a chamar-se Leningrado.) Em 1922, Stalin assumiu o cargo de secretário-geral do Partido Comunista; eram os primórdios do stalinismo, uma ditaduras mais cruéis do século 20.

URSS, ou União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
O final do mesmo ano marcou o surgimento da União Soviética, ou, mais propriamente, da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). De início, ela era formada da Rússia, Ucrânia, Bielo-Rússia e Federação Transcaucasiana. Depois, foi acrescida de muitas outras "repúblicas" (na prática, estavam todas sob severo controle de Moscou e não tinham autonomia nenhuma). 

O significado da Revolução Russa
De um lado, estão aqueles que consideram a Revolução Russa o acontecimento político mais importante do século 20, tendo levado ao nascimento da URSS, que veio a tornar-se uma superpotência militar, científica e tecnológica. Do outro lado, estão os críticos do regime instalado pela Revolução Russa, que se dividem em dois grupos: os que defendem o capitalismo e os que, mesmo sendo socialistas, condenam o tipo de socialismo implantado na URSS. Para os primeiros, o socialismo, tanto na teoria quanto na prática, é uma ameaça à democracia e à liberdade. Para os segundos, os soviéticos traíram e distorceram os ideais de um mundo justo e igualitário.

Movimento Zapatista


O movimento zapatista é uma manifestação do EZLN (Exército Zapatista da Libertação Nacional) em forma de guerrilha formada por camponeses e grupos indígenas que reivindicam a participação do México junto ao Nafta. Iniciou publicamente a ativamente em 01 de janeiro de 1994 quando o território de Chiapas, sede do movimento e região predominantemente agrária, passou a ser debatido no mercado internacional. Chiapas é um território habitado por camponeses e indígenas que buscam viver de forma própria como foram ensinados pelos seus ancestrais. 
Em fevereiro de 1996, o governo federal se comprometeu em garantir os direitos indígenas de todo o território mexicano, mas não cumpriram o acordo fazendo com que os zapatistas se fortalecessem militarmente a fim de defender seu território. Apesar de não serem violentos e não buscarem guerra, os zapatistas tiveram necessidade de se manterem preparados. 
O principal objetivo do movimento zapatista é de continuarem sendo cidadãos mexicanos, mas que se orgulham do passado indígena do país e buscam desenvolver e divulgar a cultura, os costumes e os direitos dos seus antepassados.